sexta-feira, 13 de julho de 2012

#Resenha - Contos de Fantasmas, de Daniel Defoe


Contos de fantasmas é um livro muito simples em muito rápido de ler, porém, na contemporaneidade, é difícil se assustar ou até mesmo crer que as histórias são verídicas, de tão inverossímeis que se apresentam. Defoe é muito incisivo em suas alegações de que se tratam de histórias verdadeiras, e acho que no século XVII isso até poderia cair bem, pois a crença na igreja e nos espírítos era bastante forte. Em parte, o livro talvez tenha feito sucesso por causa da crença, e das muitas histórias aonde o diabo é, quase sempre, um dos personagens principais.
As histórias são diversas, mas há aquelas que são mais fracas, como a história dos irmãos que duelam para disputar a mulher que ambos cortejam. Essa foi talvez a mais chata e mais sem sal do livro. A última, mais compridinha e que tem um tom mais jocoso, é a mais divertida do livro, que conta a história de um mágico charlatão que, num caso específico, atende uma menina que quer casar com o homem que a engravidou.
Tirando a inverossimilhança das histórias e partindo da minha própria descrença, talvez o livro não tenha me caído muito bem, mas é uma leitura boa de fazer, coisa de um dia, e pra passar o tempo em um dia frio de inverno pode ser uma boa pedida. Defoe soube como conduzir as histórias frisando serem verdadeiras, e isso faz com que fique mais fácil do leitor crente acreditar, de fato, que se trata de história real. Pra mim, foi uma leitura agradável, sem nenhum susto, nenhum medo e uma ótima oportunidade pra conhecer o trabalho de Defoe além de Robinson Crusoé, que ainda não tive a oportunidade de ler.

Darei 3 estrelas pra esse livro :)

P.S: A versão da L&PM Pocket é muito bem feitinha, recomendo!

Esse post faz parte do Desafio Literário (estou adiantando a leitura). E marca o meu retorno pra literatura também, porque eu posso passar um bom tempo sem ler livros, mas eles sempre me recebem muito bem.

quinta-feira, 31 de maio de 2012

#Resenha - Fuga de Sobibor, de Richard Rashke



Depois de várias semanas sem ler nada, me deparo com uma obra instigante, cruel e quase inverossímil. Fuga de Sobibor, como o próprio nome já diz, foi a maior fuga de um campo de judeus. Centenas de judeus se rebelaram no campo de Sobibor, contrariando toda a história que dizia que os judeus não reagiram. Muitos não reagiram, é verdade, mas os que o fizeram morreram tentando ou conseguiram escapar, mas foram muito poucos.

Histórias como as de Shlomo, Toivi, Selma e Chaim e Sasha, além de muitos outros, nos fazem refletir e pensar: "e se eu estivesse no lugar deles? Será que sobreviveria?" Hoje é muito fácil pensar que se os judeus tivessem se rebelado contra os alemães não haveria holocausto. Mas e o medo? E o pânico de ser colocado junto a várias centenas de pessoas num vagão que cabe um terço daquilo e que muitas pessoas chegavam mortas e em estado de decomposição? E o desespero das mães que queriam que seus filhos vivessem, das famílias que queriam se manter unidas e do desejo pessoal e individual da vida? Todos tinham esse desejo e, mentalmente, caminhavam para a morte na esperança de viver, agarravam-se a uma esperança doentia de que os alemães não podiam ser tão cruéis e que eles iriam apenas tomar um banho.

O livro traz a vida no campo, desde a chegada dos sobreviventes até a saída dos mesmos. Mesmo com as dificuldades e mesmo com a vontade sobrenatural de viver, muitos deles se perguntaram, após a fuga, o motivo pelo qual fugiram, porque eles se sentiam mortos, junto com suas famílias. A ganância dos poloneses irritou-me muitas vezes, e senti raiva de como os seres humanos entregavam os judeus como se fossem um pedaço de bife, em troca de ouro e comida.

E fica a pergunta no ar... Será que hoje em dia, com toda a tecnologia e rapidez de informação, o governo se omitiria e fingiria que nada acontece? Será que haveria espaço na nossa sociedade para um novo holocausto? Eu acredito que sim, porque não é apenas do século passado que esse ódio aos judeus existe. Vem desde a crucificação de Jesus, em que judeus deram a ordem para tal. E se o antissemitismo ainda existe, ele poderá, em algum momento de crise, aparecer novamente.

Sempre disse que Hitler foi um gênio, e reitero. Se ele tivesse usado sua capacidade para o bem, acho que ganharia o prêmio Nobel. Não se pode dizer que por ele ter sido um assassino maluco ele não tenha sido um estrategista de primeira. O fato é que parece que ninguém se importava com o genocídio simplesmente porque eram judeus. E se fossem católicos sendo assassinados, haveria holocausto? Acredito que até poderia haver, mas em menor escala, porque 6 milhões de católicos morrendo sem que os governos fizessem alguma coisa me parece inconcebível e muito fora da realidade.


Obs: os três momentos de raiva na leitura: raiva dos judeus, por não reagirem, raiva dos alemães, por serem uns imbecis, e raiva do governo e da sociedade, por serem um bando de incompetentes.

Recomendo a leitura, tem algumas fotos dos sobreviventes e relatos do próprio escritor quando começou o projeto do livro. Deparamos-nos com o sobrevivente ali, revivendo os dias de sangue e morte para o escritor. É um livro muito bom e chocante.

4 estrelas!


Esse livro faz parte do desafio literário 2012, com o tema de livros baseados em fatos históricos, ou algo assim xD

P.S 2: YAY! Tirei as teias de aranha do blog \o/

quinta-feira, 12 de abril de 2012

#Desabafo [2]

Abandonei vocês :(
Shame on me



Ando muito atarefada com os estudos outros que não o português, e meu outro hobby, que é a fotografia... Ambos estão me tomando todo o tempo que eu tenho, então o tempo pra leitura foi encurtando... encurtando... até que desapareceu :(
O sono é constante, e essa fase está sendo puxada, mas vai passar.
E ainda vou fazer a resenha do livro desse mês, mas acho impossível ler mais do que um, até porque o tema do desafio não me agradou esse mês e só tinha uma literatura sobre.

É fato que eu poderia utilizar o tempo vago à noite para ler, mas estou gerindo muito mal meu tempo, então peço desculpa :~

Voltarei em breve, promise!

sexta-feira, 30 de março de 2012

Dicas de Português 2 - os Porquês

Oi pessoal! Essa aula vai ser bem simples, por ser apenas a revisão de um “amigo” que seguidamente nos visita, mas muitas vezes utilizamos errado. *todos comemoram*
Sempre é bom dar uma revisadinha, já que um leve descuido de acento faz toda a diferença.

Vou fazer bem esquematizado.
Clique para ampliar
Cuidado em questões ou frases onde a intenção do “Por que” não estiver explicitada como pergunta. Doutrine-se a substituir sempre, senão pode haver erro na hora da aplicabilidade.
Note também que no “porque”, ele pode vir como pergunta também, mas dá para ver claramente a diferença entre os dois.

Espero ter ajudado!

Caso queira, aqui tem uma coletânea de 65 frases para completar, para ajudar na fixação da matéria:
(acertei 63! fuck xD)

#Resenha - Precisamos falar sobre o Kevin, de Lionel Shriver


Ok, desculpe-me por começar assim, mas estou realmente puta da cara.
O livro conta a história de uma família: Os Khatchadourian. Quer dizer, a mulher tem esse sobrenome, mas isso não vem ao caso no momento.
Comecei tendo muitas expectativas como Millenium, que li comentários bons e gostei. Esse aqui foi uma completa decepção e eu quero me livrar urgentemente dele. É um ultraje tê-lo na minha estante e olhá-lo ali, junto com tantas obras boas. Até a capa dele é feia, odeio capa de filme em livro. A capa original é bem mais legal.
A Narrativa de Lionel Shriver é cansativa, monótona e parada. Muitas vezes eu me via bocejando e extremamente sonolenta lendo o livro, chegando muitas vezes a dormir. O fato é que ela tinha uma história bem interessante nas mãos, e deixou-a tão extensa que me deu um desânimo de terminar, e pensei, muitas vezes, em abandonar a leitura. Sou teimosa e consegui acabar.
Sim, fiz essa mesma cara.
Lionel é uma mulher!
A obra teve quatro momentos pra mim, a saber: no primeiro momento, tive muita raiva de Eva K; no segundo, tive raiva de Franklin, marido e pai de Kevin, e pena da Eva; no terceiro momento, tive raiva de de Kevin e de Franklin, e continuei tendo pena de Eva, e, por último, e não menos importante, acabei o livro sentindo um vazio sem explicação. Queria que todos se ferrassem e que a história acabasse de uma vez, porque descobri, desde a página 200, como essa porcaria acabava. Shriver é óbvia demais e seus pensamentos se perdem numa falácia sem precedentes. Foi um verdadeiro inferno ler esse livro. Li resenhas ótimas a respeito, dizendo que o desfecho era sensacional e era um dos melhores livros que tinham lido na vida. Bem, eu não recomendo nem pro meu pior inimigo. Cheguei muitas vezes a associar a leitura com “O filho eterno”, de Tezza, mas os prsonagens aqui são tão mais odiosos que me deu vontade de jogar o livro pela janela. Eu fiquei duas semanas lendo o livro! DUAS SEMANAS.

Darei duas estrelas pela minha determinação em não o abandonar e porque, em algum momento (muito curto, diga-se de passagem), eu simpatizei com alguma passagem, como quando Kevin retalha a sociedade e como Eva age em alguns momentos.


P.S: O livro foi o vencedor do prêmio Orange de 2005 e, diz na contra-capa, que alçou a escritora ao status de fenômeno literário. Bem, pra mim alçou o status de “esquecido nas profundezas intransponíveis da minha estante”.

P.S O livro também ganhou uma adaptação para o cinema, e até aí eu fui crítica. A descrição de Franklin é que ele é atlético, loiro e muito atraente. Só se for depois do desabamento de um prédio, amigo.
Mas mesmo imaginando Eva diferente, acredito que escolheram bem, e o Kevin foi a melhor escolha, com certeza. Vou ver só pelas atuações dos dois.

 Esse livro é meu último livro do Desafio Literário para o mês de março! Quase não deu!

quarta-feira, 28 de março de 2012

#Novidades!



Poucas pessoas devem ter reparado, acho que só a Karla viu rs.
Na parte superior do blog foi adicionado mais um item: "The House of the Living Art"

Esse é meu terceiro blog. Ele é voltado para tudo o que podemos fazer manualmente e para trabalhos artísticos em geral. Vai desde culinária até fotografia, passando por artesanato, desenhos e coisas desse tipo :)

é só clicar lá que redireciona direto. Ainda tá em fase de construção, falta um banner pra ele, mas já tem postagens legais :D

é isso mesmo xD
P.S Desculpem a ausência, mas como leio um livro de cada vez e to tendo sérios problemas pra terminar o atual, ainda não consegui fazer resenha... Mas logo logo tem postagem nova!

sexta-feira, 23 de março de 2012

Dicas de Português 1 – Fonética

Oi Gente! Decidi começar do basicão e ir evoluindo, então a primeira dica será fonética!
                       

Segundo Luiz Antonio Sacconi, fonema é o som que a letra representa, diferentemente da letra, que é o símbolo gráfico.
Oh, really?

Aí é a parte que você pergunta: tá, e daí?

Daí que fonemas servem para estrangeiros aprenderem a nossa língua e para nós próprios aprendermos (além de ferrar concurseiros, óbvio).

Agora chega de ladainha e vamos para o principal: como se representa um fonema?
É bem simples: peguemos como exemplo a letra R. Seu fonema será /érri/, entre barras e com acento, porque é desse modo que ouvimos e falamos. Assim como o H /agá/.

E como é que isso pode atrapalhar a minha vida? Eu digo. A fonética tem vários ramos, dentre eles o Dígrafo (nasal e oral), o Dífono, os encontros vocálicos (Ditongos, Tritongos, Hiatos) e Encontros consonantais.

Não foi embora ainda né ? Fique :(
Vamos adiante?
 Dígrafo é a associação de duas letras cuja pronúncia produz um fonema.
“Mione, explica melhor?” Claro! :D
Os dígrafos farão um encontro de duas letras se tornarem apenas um fonema. Eles se subdividem em Dígrafos Orais (sons produzidos exclusivamente pela boca) e Dígrafos Nasais (que têm auxílio do nariz). Fantástico não? “não.” Okay.

                                  
Chega mais que vou explicar.

Os Dígrafos orais são dez. Normalmente, são aquelas palavras em que um ch tem som de x, ou um SC com som de c apenas. Veja:

Existem algumas exceções à regra: SC, XC, GU e QU não serão dígrafos se você, leitor, conseguir ler todas as letras direitinho. Por exemplo: Aquário /aquário/. Então a grande dica é: fique que nem um retardado pronunciando todas as letras até conseguir distinguir se elas são pronunciadas ou não xD
Horrível né? O pior é que os Dígrafos nasais também são dez.


O legal dos dígrafos nasais é que você não precisa nem decorá-los. Basta perceber que todas as vogais seguidas de M ou N podem ser considerados dígrafos nasais, mas apenas aquelas que vierem precedidas de consoante (não é regra, eles podem vir em início de frase também) e que não estejam em final de frase. “Ai Mione, não entendi T_T”. Tá bem, vou mastigar mais um pouco:  

Resistiu bravamente? Nem olhou as tabelas? Quer me matar? Tudo bem, isso é bom! Se chegou até aqui sem lágrimas nos olhos, isso é ótimo! Continuemos.

Agora que você percebeu que em todos os casos de Dígrafos há uma supressão em um som, isso significa que sempre haverá uma letra a menos nos fonemas desse tipo. Em outras palavras, os fonemas sempre terão uma letra a menos do que a palavra que os origina.

Porém... Sim, porém. :D

                       
Existe o Dífono, um outro ramo da fonética que faz exatamente o oposto. Sabe aquelas palavras que parecem ter uma letra a mais quando você fala? É disso que eu estou falando. Nos fonemas que apresentam Dífonos, o processo se inverte, e a palavra terá menos letras do que o fonema.
O bom do dífono é que ele é apenas um! “viva!”

E é o X com som de /KS/. Veja alguns exemplos: Tóxico /tóksico/; Félix /féliks/ e assim por diante. Mas se ele não tiver esse som, esqueça: não será Dífono. “mas mione! ToT” não, sem mas, é só com som de KS. xD
  
Vamos agora para a parte que eu considero a mais chata das matérias de fonética: Encontros vocálicos. Lembra quando a sua professora gorda do ensino fundamental tentou ensinar isso pra você? Eu lembro, mas não lembrava da matéria até estudar ela depois (só o hiato que eu domino).

Eles são três: Ditongo, Tritongo e Hiato.

Os Ditongos são associações de duas vogais na mesma sílaba; isso significa dizer que essas vogais são inseparáveis na separação das sílabas.
E pra piorar, esse mala se divide em três.



Quando falamos em orais crescentes, estamos falando que a letra mais forte fica por último. Experimente testar como você fala as palavras acima. Já nas decrescentes é o oposto. Vocês sente que a letra mais forte vem antes e depois perde a força. E os nasais, por sua vez, virão com o titio (~).

Os Tritongos têm a mesma filosofia, porém ele se divide apenas em dois. São associações de três vogais na mesma sílaba. 

Por último, e não menos importante, estão os Hiatos. Eles são completamente diferentes dos dois de cima: são associações de duas vogais em sílabas vizinhas

Exemplos: vE-Í-cu-lo, I-A-te, A-E-ro-por-to e por aí vai

Na verdade, os encontros vocálicos e os consonantais não têm muito mistério. Só o que pode atrapalhar é a separação de sílabas mesmo.

Você já deve estar de saco cheio de mim. Prometo, estou quase acabando!

                                  

O último tópico pertinente à fonética são os Encontros Consonantais.
E são duas divisões:

Perfeitos – ficam na mesma sílaba                 Imperfeitos – ficam em sílabas vizinhas
PRe-ço, TRo-co, BLo-co                               peR-Da, foR-Ça, peR-To

Note que, se na pronúncia ocorrer uma vogal entre elas, não haverá encontro consonantal. Um exemplo é Ficção /FIKIÇÃO/

É isso! No fim não foi nem dica né, foi uma aula haha! Acabei me empolgando. :P Gostaria da opinião de vocês, o que devo melhorar ou se tá bom assim ou, ainda, se eu devo voltar pra ideia original. O espaço é pra vocês, por isso a opinião é muito importante. Abaixo, seguem algumas questões para vocês resolverem. Se tiverem alguma dúvida com o gabarito, tentarei responder como puder.

P.S: lamento pelas imagens dos gráficos, não consegui inserir no blog, só por imagem. dá pra aumentar clicando nelas D:


                                                                   Bons exercícios!

1. Qual das alternativas abaixo possui palavras com mais letras do que fonemas?
a) Caderno 
b) Chapéu 
c) Flores 
d) Livro 
e) Disco

2. Assinale a série em que apenas um dos vocábulos não possui dígrafo:
a) folha - ficha - lenha - fecho 
b) lento - bomba - trinco - algum 
c) águia - queijo - quatro - quero 
d) descer - cresço - exceto - exsudar 
e) serra - vosso - arrepio - assinar

3. 11. Nas palavras alma, pinto e porque, temos, respectivamente:
a) 4 fonemas - 5 fonemas - 6 fonemas. 
b) 5 fonemas - 5 fonemas - 5 fonemas. 
c) 4 fonemas - 4 fonemas - 5 fonemas. 
d) 5 fonemas - 4 fonemas - 6 fonemas. 
e) 4 fonemas - 5 fonemas - 5 fonemas.

4. A série em que todas as palavras apresentam dígrafo é:
a) assinar / bocadinho / arredores. 
b) residência / pingue-pongue / dicionário. 
c) digno / decifrar / dissesse. 
d) dizer / holandês / groenlandeses. 
e) futebolísticos / diligentes / comparecimento.

5. A alternativa que apresenta uma incorreção é:
a) "chapéu" possui um dígrafo e um ditongo decrescente. 
b) "guerreiro" possui dois dígrafos e um ditongo decrescente. 
c) "mangueira" possui dois dígrafos e um ditongo decrescente. 
d) "enxagüei" possui dois dígrafos e um tritongo. 
e) "exato" não possui dígrafos e nem encontro vocálico.


Gabarito

1- b      2- c      3- c      4- a      5- d