sexta-feira, 30 de março de 2012

Dicas de Português 2 - os Porquês

Oi pessoal! Essa aula vai ser bem simples, por ser apenas a revisão de um “amigo” que seguidamente nos visita, mas muitas vezes utilizamos errado. *todos comemoram*
Sempre é bom dar uma revisadinha, já que um leve descuido de acento faz toda a diferença.

Vou fazer bem esquematizado.
Clique para ampliar
Cuidado em questões ou frases onde a intenção do “Por que” não estiver explicitada como pergunta. Doutrine-se a substituir sempre, senão pode haver erro na hora da aplicabilidade.
Note também que no “porque”, ele pode vir como pergunta também, mas dá para ver claramente a diferença entre os dois.

Espero ter ajudado!

Caso queira, aqui tem uma coletânea de 65 frases para completar, para ajudar na fixação da matéria:
(acertei 63! fuck xD)

#Resenha - Precisamos falar sobre o Kevin, de Lionel Shriver


Ok, desculpe-me por começar assim, mas estou realmente puta da cara.
O livro conta a história de uma família: Os Khatchadourian. Quer dizer, a mulher tem esse sobrenome, mas isso não vem ao caso no momento.
Comecei tendo muitas expectativas como Millenium, que li comentários bons e gostei. Esse aqui foi uma completa decepção e eu quero me livrar urgentemente dele. É um ultraje tê-lo na minha estante e olhá-lo ali, junto com tantas obras boas. Até a capa dele é feia, odeio capa de filme em livro. A capa original é bem mais legal.
A Narrativa de Lionel Shriver é cansativa, monótona e parada. Muitas vezes eu me via bocejando e extremamente sonolenta lendo o livro, chegando muitas vezes a dormir. O fato é que ela tinha uma história bem interessante nas mãos, e deixou-a tão extensa que me deu um desânimo de terminar, e pensei, muitas vezes, em abandonar a leitura. Sou teimosa e consegui acabar.
Sim, fiz essa mesma cara.
Lionel é uma mulher!
A obra teve quatro momentos pra mim, a saber: no primeiro momento, tive muita raiva de Eva K; no segundo, tive raiva de Franklin, marido e pai de Kevin, e pena da Eva; no terceiro momento, tive raiva de de Kevin e de Franklin, e continuei tendo pena de Eva, e, por último, e não menos importante, acabei o livro sentindo um vazio sem explicação. Queria que todos se ferrassem e que a história acabasse de uma vez, porque descobri, desde a página 200, como essa porcaria acabava. Shriver é óbvia demais e seus pensamentos se perdem numa falácia sem precedentes. Foi um verdadeiro inferno ler esse livro. Li resenhas ótimas a respeito, dizendo que o desfecho era sensacional e era um dos melhores livros que tinham lido na vida. Bem, eu não recomendo nem pro meu pior inimigo. Cheguei muitas vezes a associar a leitura com “O filho eterno”, de Tezza, mas os prsonagens aqui são tão mais odiosos que me deu vontade de jogar o livro pela janela. Eu fiquei duas semanas lendo o livro! DUAS SEMANAS.

Darei duas estrelas pela minha determinação em não o abandonar e porque, em algum momento (muito curto, diga-se de passagem), eu simpatizei com alguma passagem, como quando Kevin retalha a sociedade e como Eva age em alguns momentos.


P.S: O livro foi o vencedor do prêmio Orange de 2005 e, diz na contra-capa, que alçou a escritora ao status de fenômeno literário. Bem, pra mim alçou o status de “esquecido nas profundezas intransponíveis da minha estante”.

P.S O livro também ganhou uma adaptação para o cinema, e até aí eu fui crítica. A descrição de Franklin é que ele é atlético, loiro e muito atraente. Só se for depois do desabamento de um prédio, amigo.
Mas mesmo imaginando Eva diferente, acredito que escolheram bem, e o Kevin foi a melhor escolha, com certeza. Vou ver só pelas atuações dos dois.

 Esse livro é meu último livro do Desafio Literário para o mês de março! Quase não deu!

quarta-feira, 28 de março de 2012

#Novidades!



Poucas pessoas devem ter reparado, acho que só a Karla viu rs.
Na parte superior do blog foi adicionado mais um item: "The House of the Living Art"

Esse é meu terceiro blog. Ele é voltado para tudo o que podemos fazer manualmente e para trabalhos artísticos em geral. Vai desde culinária até fotografia, passando por artesanato, desenhos e coisas desse tipo :)

é só clicar lá que redireciona direto. Ainda tá em fase de construção, falta um banner pra ele, mas já tem postagens legais :D

é isso mesmo xD
P.S Desculpem a ausência, mas como leio um livro de cada vez e to tendo sérios problemas pra terminar o atual, ainda não consegui fazer resenha... Mas logo logo tem postagem nova!

sexta-feira, 23 de março de 2012

Dicas de Português 1 – Fonética

Oi Gente! Decidi começar do basicão e ir evoluindo, então a primeira dica será fonética!
                       

Segundo Luiz Antonio Sacconi, fonema é o som que a letra representa, diferentemente da letra, que é o símbolo gráfico.
Oh, really?

Aí é a parte que você pergunta: tá, e daí?

Daí que fonemas servem para estrangeiros aprenderem a nossa língua e para nós próprios aprendermos (além de ferrar concurseiros, óbvio).

Agora chega de ladainha e vamos para o principal: como se representa um fonema?
É bem simples: peguemos como exemplo a letra R. Seu fonema será /érri/, entre barras e com acento, porque é desse modo que ouvimos e falamos. Assim como o H /agá/.

E como é que isso pode atrapalhar a minha vida? Eu digo. A fonética tem vários ramos, dentre eles o Dígrafo (nasal e oral), o Dífono, os encontros vocálicos (Ditongos, Tritongos, Hiatos) e Encontros consonantais.

Não foi embora ainda né ? Fique :(
Vamos adiante?
 Dígrafo é a associação de duas letras cuja pronúncia produz um fonema.
“Mione, explica melhor?” Claro! :D
Os dígrafos farão um encontro de duas letras se tornarem apenas um fonema. Eles se subdividem em Dígrafos Orais (sons produzidos exclusivamente pela boca) e Dígrafos Nasais (que têm auxílio do nariz). Fantástico não? “não.” Okay.

                                  
Chega mais que vou explicar.

Os Dígrafos orais são dez. Normalmente, são aquelas palavras em que um ch tem som de x, ou um SC com som de c apenas. Veja:

Existem algumas exceções à regra: SC, XC, GU e QU não serão dígrafos se você, leitor, conseguir ler todas as letras direitinho. Por exemplo: Aquário /aquário/. Então a grande dica é: fique que nem um retardado pronunciando todas as letras até conseguir distinguir se elas são pronunciadas ou não xD
Horrível né? O pior é que os Dígrafos nasais também são dez.


O legal dos dígrafos nasais é que você não precisa nem decorá-los. Basta perceber que todas as vogais seguidas de M ou N podem ser considerados dígrafos nasais, mas apenas aquelas que vierem precedidas de consoante (não é regra, eles podem vir em início de frase também) e que não estejam em final de frase. “Ai Mione, não entendi T_T”. Tá bem, vou mastigar mais um pouco:  

Resistiu bravamente? Nem olhou as tabelas? Quer me matar? Tudo bem, isso é bom! Se chegou até aqui sem lágrimas nos olhos, isso é ótimo! Continuemos.

Agora que você percebeu que em todos os casos de Dígrafos há uma supressão em um som, isso significa que sempre haverá uma letra a menos nos fonemas desse tipo. Em outras palavras, os fonemas sempre terão uma letra a menos do que a palavra que os origina.

Porém... Sim, porém. :D

                       
Existe o Dífono, um outro ramo da fonética que faz exatamente o oposto. Sabe aquelas palavras que parecem ter uma letra a mais quando você fala? É disso que eu estou falando. Nos fonemas que apresentam Dífonos, o processo se inverte, e a palavra terá menos letras do que o fonema.
O bom do dífono é que ele é apenas um! “viva!”

E é o X com som de /KS/. Veja alguns exemplos: Tóxico /tóksico/; Félix /féliks/ e assim por diante. Mas se ele não tiver esse som, esqueça: não será Dífono. “mas mione! ToT” não, sem mas, é só com som de KS. xD
  
Vamos agora para a parte que eu considero a mais chata das matérias de fonética: Encontros vocálicos. Lembra quando a sua professora gorda do ensino fundamental tentou ensinar isso pra você? Eu lembro, mas não lembrava da matéria até estudar ela depois (só o hiato que eu domino).

Eles são três: Ditongo, Tritongo e Hiato.

Os Ditongos são associações de duas vogais na mesma sílaba; isso significa dizer que essas vogais são inseparáveis na separação das sílabas.
E pra piorar, esse mala se divide em três.



Quando falamos em orais crescentes, estamos falando que a letra mais forte fica por último. Experimente testar como você fala as palavras acima. Já nas decrescentes é o oposto. Vocês sente que a letra mais forte vem antes e depois perde a força. E os nasais, por sua vez, virão com o titio (~).

Os Tritongos têm a mesma filosofia, porém ele se divide apenas em dois. São associações de três vogais na mesma sílaba. 

Por último, e não menos importante, estão os Hiatos. Eles são completamente diferentes dos dois de cima: são associações de duas vogais em sílabas vizinhas

Exemplos: vE-Í-cu-lo, I-A-te, A-E-ro-por-to e por aí vai

Na verdade, os encontros vocálicos e os consonantais não têm muito mistério. Só o que pode atrapalhar é a separação de sílabas mesmo.

Você já deve estar de saco cheio de mim. Prometo, estou quase acabando!

                                  

O último tópico pertinente à fonética são os Encontros Consonantais.
E são duas divisões:

Perfeitos – ficam na mesma sílaba                 Imperfeitos – ficam em sílabas vizinhas
PRe-ço, TRo-co, BLo-co                               peR-Da, foR-Ça, peR-To

Note que, se na pronúncia ocorrer uma vogal entre elas, não haverá encontro consonantal. Um exemplo é Ficção /FIKIÇÃO/

É isso! No fim não foi nem dica né, foi uma aula haha! Acabei me empolgando. :P Gostaria da opinião de vocês, o que devo melhorar ou se tá bom assim ou, ainda, se eu devo voltar pra ideia original. O espaço é pra vocês, por isso a opinião é muito importante. Abaixo, seguem algumas questões para vocês resolverem. Se tiverem alguma dúvida com o gabarito, tentarei responder como puder.

P.S: lamento pelas imagens dos gráficos, não consegui inserir no blog, só por imagem. dá pra aumentar clicando nelas D:


                                                                   Bons exercícios!

1. Qual das alternativas abaixo possui palavras com mais letras do que fonemas?
a) Caderno 
b) Chapéu 
c) Flores 
d) Livro 
e) Disco

2. Assinale a série em que apenas um dos vocábulos não possui dígrafo:
a) folha - ficha - lenha - fecho 
b) lento - bomba - trinco - algum 
c) águia - queijo - quatro - quero 
d) descer - cresço - exceto - exsudar 
e) serra - vosso - arrepio - assinar

3. 11. Nas palavras alma, pinto e porque, temos, respectivamente:
a) 4 fonemas - 5 fonemas - 6 fonemas. 
b) 5 fonemas - 5 fonemas - 5 fonemas. 
c) 4 fonemas - 4 fonemas - 5 fonemas. 
d) 5 fonemas - 4 fonemas - 6 fonemas. 
e) 4 fonemas - 5 fonemas - 5 fonemas.

4. A série em que todas as palavras apresentam dígrafo é:
a) assinar / bocadinho / arredores. 
b) residência / pingue-pongue / dicionário. 
c) digno / decifrar / dissesse. 
d) dizer / holandês / groenlandeses. 
e) futebolísticos / diligentes / comparecimento.

5. A alternativa que apresenta uma incorreção é:
a) "chapéu" possui um dígrafo e um ditongo decrescente. 
b) "guerreiro" possui dois dígrafos e um ditongo decrescente. 
c) "mangueira" possui dois dígrafos e um ditongo decrescente. 
d) "enxagüei" possui dois dígrafos e um tritongo. 
e) "exato" não possui dígrafos e nem encontro vocálico.


Gabarito

1- b      2- c      3- c      4- a      5- d

quinta-feira, 22 de março de 2012

#Resenha - Mulheres, de Charles Bukowski


Mais um autor do qual ouvi comentários muito bons. Não só sobre o modo diferente e único de sua escrita mas também pelas histórias em si. De qualquer forma, estava esperando uma leitura densa, com melancolismos excessivos e um toque de sarcasmo como tempero. Eis que me deparo com uma obra totalmente além das minhas expectativas.
Mulheres foi o terceiro romance da carreira de Bukowski. Escrito em 1978, o livro conta a história de Henry Chinaski, cinquentão apreciador de corridas de cavalos, lutas de boxe e, obviamente, mulheres. Chinaski vive uma vida regada a bebida e, incrivelmente, cercada de mulheres de todas as idades, desde os 18 até os 40. A surpresa que tive ao me deparar com um estilo de linguagem totalmente informal, e recheado de palavrões e pornografia, foi impagável. Até eu me acostumar com Bukowski levou certo tempo, mas é isso que faz as obras dele serem especiais: a parte técnica é esquecida completamente, e quando o leitor percebe, está vivendo a vida de Chinaski.
Véio mó style xD
A grande sacada do autor é falar da própria vida: Chinaski é o auter ego de Bukowski, criado em 1971. Perceber o personagem como o próprio autor é fantástico, e foi isso que me fez gostar cada vez mais do livro. Apesar de Chinaski ser o protagonista, a obra  conta com várias aparições de grandes personalidades femininas (a maioria delas com algum problema), e todas elas, invariavelmente, acabam sendo seduzidas pelo velho, por ele ser um poeta relativamente conhecido. E o que o homem faz de melhor é descrever as putarias que ele faz com as mulheres na cama (ou em outros lugares). 
O livro é ótimo, foi uma leitura inusitada e bastante apreciada. Prepare-se para um livro carregado de personalidade e linguagem própria, porque a impressão que tive é que estava sentada em um bar com o Chinaski ouvindo suas histórias, rindo e bebendo com ele. Acho que era exatamente com esse intuito que Bukowski escrevia desse modo: para abarcar todas as pessoas que se sentiam à margem da sociedade, como ele se sentiu a vida inteira. 

Gostei bastante e fiquei querendo mais dessa literatura!

4 estrelas
 

P.S: A capa da L&PM Pocket tem uma mulher nua na capa. Foi engraçado ver o olhar interrogativo das pessoas para o livro (inclusive minha própria mãe me xingou por eu ter comprado esse livro hahaha)

Essa postagem faz parte do projeto 501 grandes escritores!

terça-feira, 20 de março de 2012

Quadro semanal - Dicas de Português!

Oi felinos!



Estive pensando em como melhorar o blog, e decidi fazer um quadro semanal com algumas dicas básicas de português. Queria saber a opinião de vocês: gostariam de ler? Achariam chato? :P
O intuito é elucidar algumas coisinhas que passam despercebidas por nós, seja na regência ou na própria concordância. Posteriormente, organizaria as dicas juntamente com os meus outro projetos na barra de cima.
Eu mesma, às vezes, tenho algumas dificuldades, e isso é perfeitamente normal, até porque ninguém fica em cima do livro apontando coisas como "uau! olha um dígrafo! Meu Deus, acabei de passar por um Pretérito perfeito do indicativo" hahaha

Deixem suas opiniões :D


sexta-feira, 16 de março de 2012

#Resenha - Os homens que não amavam as mulheres, de Stieg Larsson




De uns tempos para cá, muita gente vinha falando do sucesso explosivo da trilogia Millenium, com grande entusiasmo. Sempre vejo essas empolgações com certa desconfiança, e desde que essa febre veio à tona, não me empolguei muito a ler. Entretanto, essa minha desconfiança não tinha razão de existir, visto que a literatura me surpreendeu de maneira bem positiva.
O livro se inicia com histórias paralelas. De um lado, Mikael Blomkwist, um jornalista de uma revista intitulada Millenium que foi acusado duramente de difamação e sentenciado a 3 meses de prisão por uma matéria caluniosa contra o industrial Hans-Erik-Wennerström. De outro, Lisbeth Sallander, uma garota problemática, com aspecto anoréxico, tatuagens e piecings pelo corpo e uma atitude antissocial, que trabalha para a Milton Security como investigadora freelancer. O que um jornalista bem sucedido que foi condenado e uma jovem com problemas têm em comum? E como essas duas vidas se veem entrelaçadas por um misterioso desaparecimento de uma jovem, que data de 1966? Todas essas lacunas e dúvidas são tiradas neste que é, além de uma leitura instigante, um livro muito bem escrito. Stieg Larsson soube como cativar o leitor, e  nos faz discorrer, sem cansar, sobre 522 páginas de uma história fascinante.
 Entramos na vida desses dois personagens que cativam logo no início, por suas personalidades distintas, mas muito bem estruturadas. Apesar de o livro cair, em algumas vezes, na repetição, e ter algumas passagens meio cansativas, o todo dele fez com que a leitura fosse cada vez mais necessária, para saber e descobrir todo o mistério. É por isso que é uma leitura relativamente rápida.
É fato que o desfecho deixou um pouco a desejar. Creio que o autor estava muito ansioso para entregar tudo, e o fez com uma avidez que me deixou com o pensamento de “por que ele fez isso?”. Mesmo que pudesse ser feito de outra forma, a história em si compensa. Estou ansiosa pelo segundo volume, e é uma pena que o autor tenha morrido em 2004, sem ver o sucesso mundial de sua obra inteligente e perspicaz (ao menos o primeiro volume, mas tenho certeza que os outros serão tão bons quanto este foi).

4 estrelas.
 

P.S tentei fazer uma resenha baseada na falta de informação do leitor. Li algumas antes de chegar na parte do livro que descobrimos a história principal (que ocorre lá pela página 91) e fiquei decepcionada, porque ainda não tinha chegado nessa parte e não sabia absolutamente nada da história (sim, não li nem a sinopse do filme!)
P.S 2 Essa trilogia era para ter 10 volumes, mas parou na terceira por causa do infarto do autor, que morreu com 50 anos. São eles: Os homens que não amavam as mulheres, A menina que brincava com fogo e A rainha do Castelo de Ar.

P.S 3 Mikael Blonkwist tem um quê de Larsson, pois ambos são jornalistas, têm uma revista fundada por eles que denunciam nichos diferentes e estão (ao menos na época em que escreveu) na casa dos 40 anos.

P.S 4 O livro têm duas adaptações: a sueca e a americana, que há pouco ganhou o Oscar de Melhor Edição e Montagem. Ainda, tinha mais algumas indicações, como a atriz que interpreta Lisbeth, Rooney Mara. Dizem que o filme sueco é melhor. Abaixo, respectivamente, suécia e Estados Unidos (Bem que podiam colocar uns atores mais sexys né... Cogitaram o Johnny Deep pra fazer o Mikael, eu apoiaria! Quanto à Lisbeth, gostei mais da sueca)
 

Esse livro faz parte do DesafioLiterário!

terça-feira, 13 de março de 2012

#Resenha - Antígona, de Sófocles






 Uma mulher reivindicando seus direitos em prol do seu irmão. 
Antígona vs Creonte. Deuses vs Humanos.


Nesta, que é uma das mais famosas tragédias gregas eternizada por Sófocles, vemos um texto que, longe de intimidar, faz com que seja uma leitura prazerosa e muito fluida.
Antígona é fruto do casamento incestuoso de Édipo e Jocasta que, indo contra toda a tirania e as leis humanas da época, munida de uma argumentação arrebatadora, exige que seu irmão Policides seja enterrado da mesma forma que Etéocles.
Tio sóf!
Os ritos sagrados para com os corpos sepultados era uma regra concretizada pelas leis divinas, e com esse argumento, Antígona decorre sobre como Creonte, o homem que tinha o poder nas mãos, estava indo contra essas regras, criando éditos que impediam esses ritos. 
Como toda a tragédia grega, fica claro que, com uma premissa dessas, jorra sangue pelas páginas. Mas o modo como Antígona argumenta e rebate todas as argumentações de Creonte é sensacional. Diria que é uma aula de Direito Antigo, onde as leis divinas predominavam e Antígona só estava tentando se valer desse direito para seu irmão. 
É uma ótima leitura, apesar de não ser grande fã das tragédias gregas, nem de peças, para ser sincera. Escrito em 442 a.C, esse livro continua sendo um referencial importante para o teatro e para a literatura, atravessando os anos sem perder o valor. E é fantástico que um livro tão antigo esteja em nossas mãos hoje. Diria que é uma honra ter lido Sófocles.

3 estrelas
 

P.S Esse livro faz parte da "Trilogia Tebana". Apesar de ser a primeira peça escrita, na verdade ela é a última, seguida de "Édipo Rei" e "Édipo em Colono". Ainda lerei esses outros dois.

P.S - Para ler o livro, e outros tão antigos quanto (Platão, Eurípedes, Ésquilo etc.) clique aqui. Achei esse usuário por acaso. Tem vários títulos interessantes reunidos.


Essa postagem faz parte do projeto 501 grandes escritores :) 

quinta-feira, 8 de março de 2012

#Resenha - A Revolução dos Bichos, de George Orwell

"Todos os animais são iguais; mas alguns são mais iguais que os outros"


A obra de George Orwell, escrita em plena Segunda Guerra Mundial e tomada de uma simplicidade poética, esconde por trás dessa poesia uma crítica dura ao totalitarismo de Stálin. Orwell acreditava que a URSS não aplicava o socialismo real, o qual ele acreditava, e que era necessário abrir os olhos da camada dos trabalhadores proletariados com uma história simples, e que falasse por si só. Segundo ele “se a obra não falar por si só, significa que ela fracassou”. Estamos diante de uma fábula belíssima que atravessou os anos sem nunca perder o valor, e, principalmente, o cunho histórico a qual está atrelada.
Os animais da Granja do Solar estão infelizes. Passam fome, trabalham muito e decidem, com as últimos palavras do Major, o porco mais velho da Granja, a fazer uma Revolução e expulsar o senhor Jones, o fazendeiro. Após o êxito da expulsão, Napoleão e Bola-de-Neve começam a comandar os outros bichos, criando leis e cuidando da “ordem social”, fazendo-os trabalhar para tocar a fazenda sem o proprietário. Os bichos estão felizes agora, regidos pelo Animalismo; são livres e trabalham para seu próprio sustento, fazendo comemorações com a bandeira com um casco e um chifre cruzados (muito familiar, não?). Mas até que ponto essa felicidade durará com os porcos na liderança?
As alusões claras à Stálin como Napoleão e Trotski como Bola-de-neve são evidentes por si só, e o fato de serem porcos dá à obra um tom de ironia ainda maior. Numa época em que não se falava mal sobre a URSS, e a Inglaterra estava cega diante das atrocidades cometidas no país, fica fácil concluir que o livro foi difícil de circular. Antes de ser aprovado, quatro editoras recusaram publicar, uma por questões ideológicas e as outras três por motivos irrelevantes.
Vale ressaltar alguns pontos históricos ao qual o autor se remete, a saber: Revolução Russa, a alienação histórica e das pessoas com relação a Trotski (a começar por você: sabe quem foi? O que fazia? Pois é, Stálin fez questão que você não soubesse tão facilmente) e, principalmente, a conferência de Teerã, com a reunião de Stálin, Churchill e Roosevelt a qual, particularmente, acho a parte mais genial da obra e fez com que eu a colocasse nos meus favoritos.
A história é simples, mas é tão valiosa em tantos sentidos que ao menos simpatia o leitor terá para com Orwell, se não achá-lo genial. Posteriormente, no término da Segunda Guerra e no começo da Guerra Fria, a obra foi utilizada como um panfleto contra o comunismo, inclusive contra a vontade do próprio autor, que era adepto. É uma obra espetacular, que deveria ser lida por todos, não por causa da crítica ao totalitarismo, mas pelo que ela representa na história.

5 estrelas


P.S A versão que tive o prazer de ler possui o primeiro prefácio que ele escreveu, para os leitores ucranianos, e que diz muito do sentimento dele em relação ao momento histórico em que se encaixava.

P.S 2 No posfácio fiz que Lênin não aparece na história, mas achei o Major tão com aspecto de Lênin que pra mim ele está na história, mesmo que indiretamente.


Essa postagem faz parte do projeto 501 grandes escritores