terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

#Desabafo


Há muito que venho percebendo que certas pessoas criam um blog por puro status. De 10 blogs que vejo, pelo menos 5 têm uma promoção de kit de livros ou uma parceria com editoras. Os vídeos no Youtube com “na minha caixinha de correio” são sempre os mesmos e frustram por não apresentarem conteúdo nenhum.
Não digo que os blogs estejam proibidos de terem parcerias ou fazerem vídeos, mas parece que o foco se perdeu em muitos casos. Vejo resenhas (ou a falta delas) com um conteúdo muito raso e promoções, promoções e promoções para compensar. O que isso ocasiona? Analfabetos funcionais. Um monte deles. Eu sinceramente prefiro ter leitores selecionados que apreciam o que escrevo do que ter “leitor” babando por um kit promocional. Mais uma vez, não generalizo, mas foi uma observação que fiz nesse curto período na blogosfera que me fez desanimar um pouco.
Conheço alguns blogs que, mesmo com parceria, não perderam a qualidade da crítica, mas digo que em grande parte, os blogs perderam o rumo. Apelam para o visual, para cores chamativas, efeitos bonitinhos, mas acho que um blog literário é feito de TEXTO. Se não tem texto pra apresentar, não é literário, e isso prejudica os blogs de qualidade que realmente tem conteúdo. Ou vai dizer que depois de 30 blogs desses, não dá um desânimo de achar os blogs bons?
O que as pessoas não enxergam é que seguidor é conseqüência. Se teu conteúdo é bom, terá seguidores bons. Da mesma forma que se tu tiver promoção, terá seguidores oportunistas e que só aparecem pra comentar que divulgaram o blog, pra chamar mais seguidores que se interessem pelo kit e assim, cria-se um ciclo vicioso.


Bom, esse é um post pra desabafar mesmo, e queria a opinião dos leitores do Gato Preto. Vocês concordam? Fiquem à vontade para opinar.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

#Resenha: O Pequeno Príncipe, de Antoine de Saint-Exupéry


“All grown ups were children once”

Um piloto tem problemas no avião e cai no Deserto do Saaha, achando que está sozinho e vai morrer de sede. Mas, quando acorda, é surpreendido por um homenzinho loiro com um cachecol dourado, que é um pequeno príncipe de um pequeno planeta. O pequeno príncipe, quando faz uma pergunta, nunca a deixa morrer até ser respondida. Em contrapartida, ele não gosta de responder as perguntas do aviador, mas mesmo assim o pequeno príncipe acaba contando suas histórias e aprendizados.
Todos os adultos foram crianças uma vez, mas eles esquecem. Por isso, acabam esquecendo as coisas essenciais e simples da vida, e não conseguem enxergar nada além do que está em sua frente. Basicamente, os ensinamentos desse livro se resumem a isso, e é um excelente aprendizado para crianças e adultos.
O livro tem tantas simbologias e é tomado de uma poesia que encanta os olhos do leitor. Recomendo, muitíssimo, que leiam essa fábula que atravessa os anos e não perde seu valor. Esse foi o primeiro livro que li inteiro em inglês, e tem certas palavras que são difíceis para o meu nível de leitura, mas isso não desmerece em nada a obra, nem as minhas impressões acerca dela.
Saint-Exupéry mostra uma sutileza de sentimentos e considerações sobre o adulto, e sobre como eles não entendem nada, sendo trabalho das crianças tentar explicar as coisas. Além disso, podemos ver uma descrença do próprio autor com relação aos adultos, porque ele próprio era piloto da Força Aérea Francesa, tendo morrido no quase término da Segunda Guerra Mundial; ou seja, o piloto da história pode ser comparado ao autor e vice-versa. A morte Saint-Exupéry foi trágica, e nunca encontraram o corpo dele, mas isso não o define como autor, e sim essa obra magnífica, com ilustrações simples mas únicas. Lindo, simplesmente.



Quotes que merecem ser destacados:


(o essencial é invisível aos olhos)
(Os olhos são cegos. Você deve procurar com o coração)
(Tu és inteiramente responsável por aquilo que cativas)

Traduções literais, ao menos como eu sempre ouvi.

5 estrelas!



Esse é o quinto e último livro de fevereiro do Desafio Literário, e também mais um livro do projeto 501 grandes escritores

P.S: Pegadinha pra quem ainda não leu: o que é isso? Haha
Se souber responder, sua criança interna ainda não morreu :) 
E quem leu, não responda!

P.S 2: a editora Collector's library é toda linda! É um livro pequeno com bordas douradas, e tem uma capa vermelha de veludo. Como estava na promoção, comprei e adorei! recomendo!

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

#Resenha: Marina, de Carlos Ruiz Zafón



“Em maio de 1980, desapareci do mundo por uma semana. No espaço de sete dias e sete noites, ninguém soube do meu paradeiro (...)”

Editora Suma de Letras
Começando com uma premissa misteriosa, Carlos Ruiz Zafón nos apresenta ao universo de Óscar Drai, um menino de um internato que, nas horas vagas, escapa para dar caminhadas por Barcelona. Numa dessas caminhadas, Oscar encontra um casarão e um gato abocanhando um pardal. A partir daí, não há como contar mais nada sem comprometer a obra aos leitores que ainda não tiveram a oportunidade de ler.
like a boss haha!
Zafón conta a história de forma intrínseca. Ela vai se desenrolando de uma maneira única, e dificilmente o leitor vai conseguir largar o livro sem terminá-lo. Óscar, e principalmente Marina, são cativantes por si só, e a descrição de uma Barcelona aos olhos de Zafón são, inclusive, secundários, porém muito bem executados. Zafón não quer saber da Barcelona dos olhos do turista, e sim da Barcelona de seus olhos, que ele passa ao leitor com uma sensibilidade crua. Ademais, os personagens posteriores a que somos apresentados também são, detalhe por detalhe, imprescindíveis para a obra.
É difícil não imaginar cada cena descrita pelo escritor, e a cada linha, pude imaginar os traços de Marina, do Casarão, de Oscar e Gérman, e inclusive da Barcelona dos anos 70. Os detalhes são pontos fortíssimos construídos por Zafón, e isso me fez querer descobrir mais de sua obra. Apesar de uma história infanto-juvenil, Marina é um livro que pode ser livro por leitores de várias idades, e mesmo assim, cativar a todos. Foi uma leitura trnaquila e muito apreciada.

4 estrelas!
 

P.S: Como os personagens são muito detalhados, poderia até dar palpites de quem poderia fazer Marina no cinema e, arrisco dizer, ela ficaria perfeita pro papel!
Amy Adams, sua linda!

Esse é o quarto livro do Desafio Literário do Mês de Fevereiro :D Se quiser ler sobre Frankenstein, Werther e Lolita, clique!

P.S 2: fiquei tão feliz que uma das personagens ter o meu nome, apesar de ela ser uma bitch. Nunca tinha visto nenhuma Tatiana na literatura estrangeira haha.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

#Resenha: Cândido, ou o otimismo, de Voltaire


"tudo vai pelo melhor no melhor dos mundos possíveis"

Sempre tive certo preconceito com relação a Voltaire, pois achava que era uma leitura culta e de difícil compreensão. Depois que comecei a ler as primeiras páginas de Cândido, percebi que estava completamente enganada.
Em tons de sátira, Voltaire faz uma crítica ao otimismo de Leibniz, um filósofo da época que acreditava que estávamos no melhor dos mundos possíveis, e que tudo que acontecia era o melhor. Nesse livro, Cândido é criado em um castelo por Pangloss, filosófo que ensinou a ele tudo o que ele sabia. Depois de uma série de tragédias em sua vida, o desenrolar da história é feito de maneira sublime, carregado de sarcasmo e com um final sensacional. Cândido acabou sendo uma leitura bem interessante, e acho que, qualquer dia, merecerá uma releitura.
Claro que, no primeiro momento, o leitor sem uma leitura prévia do iluminismo e dessa crítica a Leibniz talvez ache o livro otimista demais e não enxergue a sátira por trás do texto; ressalto, entretanto, que depois de uma rápida pesquisa, achará o livro fantástico, como eu achei. Estou ansiosa para as próximas leituras desse escritor, haja vista que ele influenciou diversos autores em suas obras, como George Orwell em "1984" e Aldous Huxley em "Admirável Mundo Novo".

4 estrelas!

P.S: a versão da L&PM Pocket, desta vez, foi boa, sem nenhum erro nem nada grosseiro no texto.
P.S 2: existem várias versão de título, como Cândido apenas, ou Cândido o ingênuo, mas é tudo a mesma coisa. 

P.S 3: Existe, também, uma adaptação para o cinema, mas é nacional. O Título é "Candinho", é uma comédia de 1954. Medo!
 

Esse post faz parte do projeto 501 grandes escritores  :)

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

#Curta: The Fantastic Flyng Books of Mr. Morris Lessmore (2011)

Post rápido só para compartilhar com os amantes da leitura esse achado.

Estava participando de um bolão do Oscar dese ano e, como acontece, muitas vezes não conhecemos os indicados. Em várias categorias, foi no instinto que escolhi, mas na categoria Melhor Filme Curta-metragem de animação, tive uma surpresa linda: esse curta do título.
Sério, me emocionei de muitas formas, lágrimas vieram até mim porque senti o que o personagem sentiu: amor aos livros.
Pra quem quiser conferir, aqui está o link desse curta magnífico.


quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

#Resenha: Lolita, de Vladimir Nabokov

“A Antiga Europa degradando a jovem América”; “a jovem América degradando a velha Europa”.

Esse trecho, escrito pelo próprio Nabokov, relativo a um comentário de dois leitores, resume bem o que é Lolita.
O livro é basicamente o resumo de toda uma vida que Humbert Humbert (pseudônimo criminoso do próprio narrador de sua história) teve com uma ninfeta de 12 anos, que ele conhece em Ramsdale, uma pacata cidade dos Estados Unidos. Desde o início, o livro já introduz o leitor à patologia sexual de Humbert, um intelectual de meia-idade que se sente atraído por crianças, e que mais tarde se comprova ser pior do que aparenta.
A história tem vários altos e baixos (mais altos do que baixos, diria), mas termina com explicações muito mais profundas do que um leitor de primeira viagem pode perceber, que são explicadas pelo próprio Nabokov e, posteriormente, por Martin Amis, que se encarregou do posfácio, ao menos na editora Alfaguara (muito boa aliás, recomendo, tem um português bem culto e uma capa bonita).
Certas partes do livro, principalmente na parte dois, fizeram o livro andar demasiadamente lento para mim, e numa dessas passagens, as excessivas impressões do cenário americano quase fizeram-me abandonar a leitura. Depois disso, o livro dá uma guinada mais emocionante e acaba bem, apesar de trágico.
As impressões que tive de Humbert tiveram variantes bruscas: de pena a repulsa, de comoção a ódio; em vários momentos sentia que ele era um monstro, e em vários momentos pude ver que era um louco, um demente apaixonado. No fim, acho que houve uma junção dessas impressões na minha leitura. 
O livro, terminado em 1955, obviamente chocou a sociedade com o seu conteúdo, e por isso, tem seu mérito de ser um romance importante para a história da literatura. Nabokov teve a habilidade de fazer um livro pornográfico sem linguagem pornográfica, e apenas com mensagens que davam a entender que Humbert era um viciado em sexo e a pobre Lolita, uma criança infeliz e constantemente subornada, violentada e apavorada.
Gostei mais da parte um, porque a parte dois me revoltou em alguns momentos, os mesmo que quase me fizeram jogar o livro pela janela; mas não me arrependo de ter lido, foi uma experiência ótima conhecer um dos mais famosos trabalhos de Vladimir Nabokov.

3 estrelas (daria 3 e meia se eu tivesse uma meia estrela hahaha)

 

P.S – A reprodução cinematográfica dessa obra está na lista dos 1001 filmes para ver antes de morrer. É o 390 da lista, e foi lançado em 1962 pelo grande Stanley Kubrick. Ainda não vi, mas não ouvi muitas críticas boas (preciso dizer que imaginei eles bem diferentes que o Kubrick?)
Sue Lyon e James Mason

Esse é meu terceiro livro para o Desafio Literário do mês de fevereiro e também mais um livro para a lista do meu projeto 501 grandes escritores, que vocês todos estão convidados a participar (:

domingo, 12 de fevereiro de 2012

#Novo Projeto e explicações

Querido Felinos de biblioteca!

Domingo é um dia bom pra começar um novo projeto e fazer explicações de projetos em andamento.
Decidi começar hoje o Projeto "501 grandes escritores"
Ele não tem prazo de término, mas tenho que dar uma utilidade pro livro que ganhei de aniversário, e nada mais justo que criar um projeto exclusivamente pra ele!
O projeto é o seguinte: Lerei ao menos 3 obras de cada autor que está na lista. Se já li, apenas farei as resenhas e o riscarei da lista. Simples né! 

Bom, vejamos. Queria explicar também o meu outro projeto, que se encontra no topo da página que direciona a outro blog meu, que é baseado do 1001 filmes para ver antes de morrer. Esse tem prazo de término, mas é possível que eu prolongue por mais tempo, já que alguns motivos me impediram de seguir adiante no ano passado, e fiquei muito tempo parada para ele. Possivelmente ele mudará de domínio também, já que é baseado no prazo que dei, mas dêem uma olhada por lá! Faço resenha de todos os filmes! (:

 E provavelmente farei um terceiro blog, mas isso explico mais tarde hahaha!

Bom, pra finalizar esse post informativo, achei uma coisa muito legal pelas andanças na internet. É um site que monta uma nuvem de palavras do blog, mostrando as que mais aparecem nas postagens! Adivinha qual é a maior? haha



Divirtam-se!


sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

#Novas compras!

Sim, eu não resisto! hehehe
Sempre que vou na livraria, não consigo sair sem pelo menos um livro, e dessa vez, saí com 3 (um pouco mais caros do que os últimos, por isso em menor quantidade)

Os livro que comprei são indicações de blogueiros que deram altas recomendações a eles, por isso, acho que foi uma compra bem acertada.
Vamos a eles!

        

O primeiro é "E não sobrou nenhum", que é o Caso dos dez negrinhos, de Agatha Christie! Comprar um livro da rainha do crime nunca é uma compra ruim, e li nessas andanças de blogs que esse é excelente. É da Editora Globo de Bolso

O segundo é Marina, de Carlos Ruiz Záfon. Não pude deixar de comprar lendo tantas críticas ótimas a respeito desse livro no Desafio Literário, e foi a primeira compra que fiz baseada em resenhas alheias. Fiquei tão curiosa a respeito desse lirvo que não tive dúvidas, tive que levar. Queria ter levado "Um Dia", que também li críticas boas, mas lembrei que minha mãe tinha ganhado de aniversário e acabei não levando. Roubarei dela haha!

O último, mas não menos importante, é "Os homens que não amavam as mulheres", de Stieg Larsson. Esse livro foi na cara e na coragem que comprei. Já ouvi algumas críticas, e gostei do poster do cinema, mas senti que precisava ler o livro primeiro, então acabei comprando. Não sei nada sobre a história, mas achei a capa muito bonita e tenho certeza que não comprei errado.

Bom, é isso. Depois de Lolita, lerei Marina. Quase comprei Coraline também, que tava baratinho, mas decidi deixar pra outra ocasião.
A compra não foi tão cara, até porque tive desconto de tanto comprar na mesma livraria hahaha

Até o próximo post felinos :D

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

#Selinho!

Aproveitando, Gostaria de agradecer o mimo da Mayllee_Chan do Devaneios no Firmamento, por me oferecer o selinho Liebster Blog! Adorei *-*




Liebster, termo alemão, significa querido, amado ou favorito!


Agora devo escolher 5 blogs pra passar adiante.


Vivendo entre Livros, da Amanda (essa guria é um verdadeiro gato de biblioteca!!)
Café TPM, da Karla (eu sei que a Mayllee já te passou, mas sempre leio tuas resenhas :P)
Meus Vários Mundos, da Rafaela Marinho (Adorei o blog, vários projetos legais)
Pessoalmente Falando, da Francieli (Espaço bem bacana!)
Reiner em Evolução, do Reiner mesmo haha! (gosto muito das resenhas!)


É isso ai!
as regras pro pessoalzinho aí de cima são as seguintes!

1. Link de volta com o blogueiro que lhe deu;
2. Cole o selinho em seu blog;
3. Escolha 5 blogs para repassá-lo, que tenham menos de 200 seguidores;
4. Deixar comentário avisando que estão recebendo o selinho.


#Resenha: Werther, de Goethe




Este é o primeiro livro que leio de Johann Wolfgang Von Goethe, e devo dizer, não me decepcionei. Por muitos momentos me identifiquei com Werther, e suas palavras ainda ecoam na minha mente. Acho que todos deveriam ler esse livro, que contém excelentes ensinamentos, além de uma leitura rápida e agradável.
O livro é todo contado pela visão de Werther, em cartas endereçadas ao seu amigo, Wilhelm. Werther conta cada minúcia de seus sentimentos e cada impressão que as pessoas e a natureza lhe proporcionam, e por muitas vezes pude imaginar o cenário que ele percebia. Assolado por uma paixão arrebatadora, também este amor pode ser percebido pelo leitor, tamanha é a grandiosidade com que é descrito. A dor do personagem pode ser percebida igualmente pelo leitor, que sofre, e descreve o sofrimento que o consome dia após dia. Ou seja: tudo, absolutamente tudo pode ser sentido, visto e observado pelos olhos de Werther. Senti-me como se fosse Wilhelm, e compartilhei cada carta como se fossem escritas para mim.
 É um livro curto, de 162 páginas, que é bonito, profundo e romântico, sendo o marco do romantismo do século XVIII e meio autobiográfico também, afora o final. Não estava preparada para uma leitura tão densa, mas depois que comecei a ler, foram raras as vezes que consegui parar. E, para ter uma noção do quão profundo é o livro, houve uma onda de suicídios depois que ele foi lançado.


Darei 5 estrelas, e votos de que leiam (mas não se suicidem!)


Curiosidade: Já tinha o livro em mãos e já estava pensando em lê-lo, mas Frankenstein estragou tudo! Esse é um dos dois livros que o monstro encontra em uma cesta, quando começa a aprender a se comunicar. Ele conta o final do livro, Danmit! Mesmo assim, foi uma ótima leitura.

P.S: a edição que tenho diz apenas "Werther", mas vi várias edições em que o nome é "Os sofrimentos do Jovem Werther". Acho que aqui no Brasil é mais comum esse título.


Esse é o segundo livro para odesafio literário do mês de fevereiro e meu segundo clássico!

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

#Resenha – Frankenstein, de Mary Shelley




Há muito adiava a leitura desta que é uma das maiores obras românticas e aterrorizantes de todos os tempos. Concebida na intimidade de um concurso de histórias de terror realizado no castelo de Lord Byron, Mary Shelley teve quase como uma epifania e escreveu sobre Frankenstein.
Como muitos pensam, Frankenstein não é o monstro, e sim o cientista, Victor Frankenstein, que, no auge de seu entusiasmo com a ciência, dá vida à criatura disforme, enorme e repugnante, da qual ele mesmo foge de horror. Há de se considerar que a criatura a que foi dada à vida, por mais horrível que fosse, tentou se aproximar dos humanos e de sentimentos bons, e até de Victor, porém sem êxito, pois sua estatura de 2,40m combinada com seu aspecto grotesco e olhos amarelados fizeram todos odiá-lo, sem nem mesmo poder ouvir o que ele tinha a dizer.
Por vezes vemos uma descrença do próprio Victor com relação ao “demônio”, já que se refere várias vezes a ele como uma criatura eloqüente e persuasiva. O livro é uma narrativa dentro de outra, o que torna tudo mais interessante. Começamos com cartas do capitão Walton à sua irmã Margareth e, aos poucos, adentramos no mundo de Victor e da própria criatura que, em um certo capítulo, conta sua história ao seu criador.
Achei interessante o modo como o livro vai discorrendo, tudo no seu tempo certo, sem pressas. Mary Shelley é muito detalhista em seus cenários e nos sentimentos dos personagens. Mas o que ficou é que  Victor via o demônio criado por ele como um criminoso, um ser que não merecia o mínimo de consideração, sendo que em seu próprio egoísmo e glória, criou-o para revolucionar a ciência. Ele se condena pelas atrocidades que o demônio realiza, e diz, ele próprio, ser o responsável por tudo isso, inclusive pro sua destruição e pela nuvem de desespero que se apossa dele, mas não confia na criatura e em seus apelos mais humanos.
É um livro intenso e tem certas cenas previsíveis, mas não tira o mérito dessa obra, a qual faz jus a todos os elogios que recebe.

4 estrelas.

 

P.S: A versão da L&PM Pocket é cheia de erros! Sério, achei horrível isso, erros de concordância, nexo em frases. Mas, no mais, foi tranqüilo de ler, e recomendo, mas não dessa editora.

P.S 2: Em 1931 surgiu o primeiro filme de Frankenstein, que está na minha lista dos filmes para ver antes de morrer. Ele é o número 56 da lista, antecedido por drácula.


Essa é a primeira resenha de fevereiro, do desafio literário. Nesse mês, o desafio são livros com nomes próprios (: