“A Antiga Europa degradando a jovem
América”; “a jovem América degradando a velha Europa”.
Esse trecho, escrito pelo próprio
Nabokov, relativo a um comentário de dois leitores, resume bem o que é Lolita.

O livro é basicamente o resumo de
toda uma vida que Humbert Humbert (pseudônimo criminoso do próprio narrador de sua história) teve com uma
ninfeta de 12 anos, que ele conhece em Ramsdale, uma pacata cidade dos Estados
Unidos. Desde o início, o livro já introduz o leitor à patologia sexual de
Humbert, um intelectual de meia-idade que se sente atraído por crianças, e que
mais tarde se comprova ser pior do que aparenta.
A história tem vários altos e
baixos (mais altos do que baixos, diria), mas termina com explicações muito
mais profundas do que um leitor de primeira viagem pode perceber, que são explicadas
pelo próprio Nabokov e, posteriormente, por Martin Amis, que se encarregou do
posfácio, ao menos na editora Alfaguara (muito boa aliás, recomendo, tem um
português bem culto e uma capa bonita).

Certas partes do livro,
principalmente na parte dois, fizeram o livro andar demasiadamente lento para
mim, e numa dessas passagens, as excessivas impressões do cenário americano quase fizeram-me abandonar a leitura. Depois disso, o livro dá uma guinada mais
emocionante e acaba bem, apesar de trágico.
As impressões que tive de Humbert tiveram variantes bruscas: de pena a repulsa, de comoção a ódio; em vários momentos sentia que ele era um monstro, e em vários momentos pude ver que era um louco, um demente apaixonado. No fim, acho que houve uma junção dessas impressões na minha leitura.
O livro, terminado em 1955,
obviamente chocou a sociedade com o seu conteúdo, e por isso, tem seu mérito de
ser um romance importante para a história da literatura. Nabokov teve a
habilidade de fazer um livro pornográfico sem linguagem pornográfica, e apenas com
mensagens que davam a entender que Humbert era um viciado em sexo e a pobre
Lolita, uma criança infeliz e constantemente subornada, violentada e apavorada.
Gostei mais da parte um, porque a
parte dois me revoltou em alguns momentos, os mesmo que quase me fizeram jogar o livro pela janela; mas não me arrependo de ter lido, foi uma experiência ótima conhecer
um dos mais famosos trabalhos de Vladimir Nabokov.
3 estrelas (daria 3 e meia se eu
tivesse uma meia estrela hahaha)

P.S – A reprodução cinematográfica
dessa obra está na lista dos 1001 filmes para ver antes de morrer. É o 390 da lista, e foi lançado em 1962 pelo grande Stanley Kubrick. Ainda não vi, mas não ouvi muitas críticas boas (preciso dizer que imaginei eles bem diferentes que o Kubrick?)
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Sue Lyon e James Mason |