"Todos os animais são iguais; mas alguns são mais iguais que os outros"
A obra de George Orwell, escrita
em plena Segunda Guerra Mundial e tomada de uma simplicidade poética, esconde
por trás dessa poesia uma crítica dura ao totalitarismo de Stálin. Orwell
acreditava que a URSS não aplicava o socialismo real, o qual ele acreditava, e
que era necessário abrir os olhos da camada dos trabalhadores proletariados com
uma história simples, e que falasse por si só. Segundo ele “se a obra não falar por si só, significa que ela fracassou”.
Estamos diante de uma fábula belíssima que atravessou os anos sem nunca perder
o valor, e, principalmente, o cunho histórico a qual está atrelada.
Os animais da Granja do Solar
estão infelizes. Passam fome, trabalham muito e decidem, com as últimos
palavras do Major, o porco mais velho da Granja, a fazer uma Revolução e
expulsar o senhor Jones, o fazendeiro. Após o êxito da expulsão, Napoleão e
Bola-de-Neve começam a comandar os outros bichos, criando leis e cuidando da
“ordem social”, fazendo-os trabalhar para tocar a fazenda sem o proprietário.
Os bichos estão felizes agora, regidos pelo Animalismo; são livres e trabalham para seu próprio
sustento, fazendo comemorações com a bandeira com um casco e um chifre cruzados (muito familiar, não?). Mas até que ponto essa felicidade durará com os porcos na liderança?
As alusões claras à Stálin como
Napoleão e Trotski como Bola-de-neve são evidentes por si só, e o fato de serem
porcos dá à obra um tom de ironia ainda maior. Numa época em que não se falava
mal sobre a URSS, e a Inglaterra estava cega diante das atrocidades cometidas
no país, fica fácil concluir que o livro foi difícil de circular. Antes de ser
aprovado, quatro editoras recusaram publicar, uma por questões ideológicas e as
outras três por motivos irrelevantes.
Vale ressaltar alguns pontos históricos ao qual o autor se remete, a saber: Revolução Russa, a alienação histórica e das pessoas com relação a Trotski (a começar por você: sabe quem foi? O que fazia? Pois é, Stálin fez questão que você não soubesse tão facilmente) e, principalmente, a conferência de Teerã, com a reunião de Stálin, Churchill e Roosevelt a qual, particularmente, acho a parte mais genial da obra e fez com que eu a colocasse nos meus favoritos.
A história é simples, mas é tão
valiosa em tantos sentidos que ao menos simpatia o leitor terá para com Orwell,
se não achá-lo genial. Posteriormente, no término da Segunda Guerra e no começo
da Guerra Fria, a obra foi utilizada como um panfleto contra o comunismo,
inclusive contra a vontade do próprio autor, que era adepto. É uma obra
espetacular, que deveria ser lida por todos, não por causa da crítica ao
totalitarismo, mas pelo que ela representa na história.
5 estrelas
P.S A versão que tive o prazer de ler
possui o primeiro prefácio que ele escreveu, para os leitores ucranianos, e que
diz muito do sentimento dele em relação ao momento histórico em que se
encaixava.
P.S 2 No posfácio fiz que Lênin não
aparece na história, mas achei o Major tão com aspecto de Lênin que pra mim ele
está na história, mesmo que indiretamente.
Essa postagem faz parte do
projeto 501 grandes escritores
Eu jurava que eu tinha comentado aqui...hahahaha
ResponderExcluirEntão, eu gosto muito desse livro!
Uma história tão simples e muitas interpretações, manifesto contra o comunismo, e ainda um enredo legal...
Gostei da figura do Major como Lênin...faz mesmo sentido!
bjs!
Faz né? Seilá, pra mim ele é o Major e ninguém tira isso da minha cabeça xD
ExcluirGosto de ler livros baseados nos acontecimentos da época em que foi escrito... Fico obrigada a ler mais sobre história, o que eu adoro hehe
beijo!
Um dos meus livros favoritos!
ResponderExcluirEu já li, e gosto bastante desse livro, gosto da mensagem que ele carrega de como o poder pode corromper.
ResponderExcluirTambém adorei, acho que Orwell foi muito ousado e acertou em cheio nesse livro
ExcluirBaixar o Filme - A Revolução dos Bichos - Dublado - http://mcaf.ee/dxklc
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